quinta-feira, 9 de outubro de 2014

A perícia ,sem perícia...Cadê as balas assassinas?A piada do ano...O nosso Estado de Alagoas não merece isso...

Arma que matou soldado da PM não dispararia sozinha, conclui perícia Metralhadora estava em más condições, mas só gatilho acionado dispararia


O laudo realizado pela Perícia Oficial na metralhadora de onde saíram os projéteis que mataram a soldado Izabelle Pereira revela que a arma não poderia ter disparado sozinha. O resultado foi apresentado em entrevista coletiva, nesta quinta-feira (9), na sede da Secretaria de Defesa Social, em Maceió. Após a realização de testes, os especialistas chegaram à conclusão de que a arma estava em más condições, mas não a ponto de disparar sozinha. A movimentação do carro, que seguia em alta velocidade para uma ocorrência, também não poderia ter provocado os disparos.

As informações sobre o resultado das análises foram repassadas pelo perito Ricardo Leopoldo. Segundo ele, a arma apresentava péssimas condições, com ferrugem e sujeira, situação que normalmente é ocasionada por falta de manutenção. Apesar disso, pelos testes realizados, a arma não poderia ter disparado sozinha, somente se o gatilho tivesse sido acionado.

“A arma não estava com defeito. Ela estava com falta de manutenção, mas não poderia ter disparado sozinha. Houve um acionamento de gatilho, mas não podemos afirmar que foi feito por alguém. Pode ter sido por um objeto ou pelo cano de outra arma”, explicou o perito.

Familiares da soldada Izabelle Pereira acompanharam a coletiva realizada na sede da secretaria, nesta manhã. O pai da vítima, Cláudio Silva dos Santos, quis saber porque somente 15 projéteis foram periciados, já que 30 disparos foram feitos. Desses, 13 atingiram Izabelle e dois não foram encontrados.

O perito explicou que eles poderiam ter ficado presos na roupa de outro dos oficiais ou caído para fora do carro. Ele acrescentou que só recebeu os projéteis encontrados dentro da viatura - os que estavam na vítima não foram analisados. Mesmo assim, foram contabilizados 28 deles, além de outros três de pistola .40. Sem analisar os projéteis que estavam no corpo de Izabelle, a perícia não tem como saber se todos os tiros que a mataram partiram apenas de uma arma.


O pai da soldada questionou isso, já que o comandante disse, em depoimento, ter disparado apenas dois tiros de pistola para fora do carro. "Se ele disparou dois, como foram encontrados três projéteis dentro da viatura?", perguntou ele, que também afirmou que os outros policiais que estavam na viatura no momento do incidente estão omitindo informações.

"Tenho certeza que os colegas de farda estão omitindo o que aconteceu. A perícia já disse que a arma não dispara sozinha, então precisou da ação de um humano para que isso acontecesse. Não quero culpados. Quero saber o que aconteceu dentro da viatura naquela noite. Algo fez aquela arma disparar", afirmou.

TESTES

Na submetralhadora, foram realizados os testes de tração do gatilho, vibração e queda livre, que não apresentaram alteração nos resultados. No de eficiência, foi identificado um problema e houve um incidente de tiro devido a um desgaste em uma das peças - quando a arma dispara após acionada e volta a disparar novamente mesmo com o gatilho voltando à posição normal. O outro armamento do tipo foi desmontado e não apresentou qualquer problema.

Numa das verificações no modo rajada limitada, a arma não apresentou qualquer problema. Já em outra, aconteceram disparos além do limite. "Ela não fez essa rajada nos dois primeiros dias. No terceiro, simulei uma situação com uma mola suja e ela deu uma rajada. Foram 30 cartuchos e 30 disparos. Mas isso não pode ser considerado um defeito de fabricação da Taurus e também não foi isso que ocasionou o ocorrido", disse Leopoldo.

Ele destacou que fez mais de 500 testes na submetralhadora ao longo de 20 dias. O de queda livre, por exemplo, foi realizado de 250 a 300 vezes, com a arma sendo jogada, municiada e carregada, de diversas alturas em cima de uma manta de borracha. A coronha chegou a sofrer danos devido à intensidade.

Apesar de não poder afirmar se houve ação humana, Ricardo Leopoldo disse que um tiro involuntário não pode ser descartado. Aí o caso seria de crime culposo, quando acontece por negligência, imprudência ou imperícia, e não doloso, quando a intenção ou se assume o risco de cometê-lo.

O perito responsável pelo caso descartou ainda que movimentos bruscos da viatura possam ter causado os disparos. “Chegamos à conclusão de que a arma foi acionada, mas não podemos dizer como isso aconteceu, exceto de que não foi pelo movimento. Vai caber ao delegado descobrir o que aconteceu", expôs.

Foram encaminhados à Perícia Oficial duas submetralhadoras, quatro pistolas .40, 30 cartuchos, 31 estojos de .40 e outros dois de revólver calibre 38 - esses não envolvidos na ocorrência e provenientes de outra ação realizada no automóvel -, além dos 15 projéteis que estavam dentro da viatura e do colete de Izabelle Pereira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário