AL é o 'lanterna' dos indicadores sociais entre todos os Estados do país
Estudo divulgado pela Biblioteca do Senado propõe estratégias aos gestores superar desafios
Alagoas
entra na metade da segunda década do século com os piores indicadores
sociais em comparação com as outras 26 Unidades da Federação do Brasil.
Enquanto o estado vizinho, Pernambuco, lidera entre os que mais
evoluíram em dez anos, a antiga província pernambucana figura mais vezes
na lanterna quando avaliados 59 indicadores, entre os quais educação,
segurança, saneamento e desenvolvimento social. Os dados obtidos e
divulgados pela Biblioteca do Senado Federal fazem parte de um amplo
estudo da consultoria de gestão Macroplan.
A frieza dos números é capaz de explicar algumas situações em que os
gestores públicos fazem questão de ignorar, classificando os problemas
como uma “herança maldita”. O levantamento mostra o seguinte: no
período em que Alagoas reformou as 340 unidades escolares da rede
estadual, em 2013, 17 mil alunos não retornaram às aulas. Da última
escada do ranking, o estado lidera a taxa de analfabetismo, com 21,6%,
enquanto que a média nacional é de 8,5%.
Os números da evasão escolar no ensino médio são preocupantes. Em
Pernambuco, a taxa não passa de 4,7%, mas aqui é de 14,9%. Os números
estão na contramão da média de outros Estados, que alcançam 8,1%.
Alagoas lidera ainda negativamente nestas situações: quando analisados
os dados dos jovens que não estudam, não trabalham e não procuraram
emprego, o índice chega a 22%. A média nacional é de 8,1%.
Traçando mais um paralelo com o vizinho, Alagoas fica lá atrás na
comparação de resultados dos programas de combate à criminalidade.
Enquanto lá houve redução de 30%, Alagoas amarga a lanterna do
levantamento. A taxa de homicídio por 100 mil habitantes coloca o Estado
na última posição, com 64,6%. A média em todo o Brasil é de 29%.
O estado do Espírito Santo está logo à frente de Alagoas, com uma taxa
de 47,3%. Santa Catarina lidera mais uma vez com saldo positivo, com
12,8%. Pernambuco e Alagoas têm, em tese, programas semelhantes de
combate à criminalidade. Entretanto, com resultados totalmente extremos.
Tímido avanço
A oferta de serviços de saneamento básico e moradias adequadas ainda é
insuficiente, especialmente nos Estados da região Norte e Nordeste. No
entanto, os dados relacionados a Alagoas são alarmantes; 30% da
população não tem rede coletora de esgoto ou fossa séptica em suas
residências. O estudo mostra que houve avanço, mas destaca a necessidade
urgente de conseguir ainda mais.
A parcela de pessoas que vivem com renda inferior a R$ 248 por mês caiu
no Brasil de 37,5%, em 2004, para 17,6% em 2013, com queda maior em
estados das regiões Norte e Nordeste. Mesmo com o avanço, 39% da
população alagoana ainda sobrevive com essa renda. O estado de Santa
Catarina está na 1ª colocação, com uma taxa de 5,7%, seguido logo de
perto pelo Mato Grosso do Sul, com 6,3%. A média nacional é de 17,6%.
O levantamento da empresa de consultoria Macroplan tem como objetivo
identificar com clareza os desafios que se apresentam aos novos
governantes e, principalmente, propor estratégias para sua superação. Os
dados mostraram que os próximos governadores terão a missão de "fazer
mais com menos”, inovando na gestão, definindo prioridades e avançando
em eficiência.
Os estudos de Cenários da consultoria preparam os gestores diante dos
desafios do futuro, destacando o planejamento e a gerência estratégica,
na antecipação de crises, no apoio a processos decisórios, na análise de
projetos, no gerenciamento de mudanças e como referência para
negociações.
Os dados deste levantamento compilados pela a Biblioteca do Senado
Federal fazem parte de um acervo especializado em Ciências Sociais, com
cerca de 60% das obras na área de Direito. A Biblioteca disponibiliza
aproximadamente 200.000 livros, 6.000 títulos de periódicos, 8.000 obras
raras e 3 milhões de recortes de jornais. Quem quiser ter acesso ao
estudo completo, basta entrar no site
http://www.macroplan.com.br/estudos/index.a
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