domingo, 23 de novembro de 2014

Alagoas é um dos estados com maior incidência de dengue no Brasil

Apesar do alto índice a situação do estado estaria sob controle, segundo afirma Secretaria de Saúde


A superintendente de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, fala sobre a situação da dengue em Alagoas (Foto: Rafael Maynart)



Em recente pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde (MS), Alagoas aparece entre os 10 estados com maior incidência de casos de dengue no Brasil, com 343,5 casos/100 mil habitantes. Até o dia 17 de novembro deste ano, o estado registrou 15.247 notificações de casos suspeitos em 98% dos municípios alagoanos. Apesar do alto número de casos notificados, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) afirma que a situação está sob controle e que medidas combativas são tomadas diariamente.


Do total apresentado no relatório mensal da Sesau, 9.972 casos foram confirmados em análise laboratorial e 1.633 estão sob investigação. São 29 municípios classificados como risco de surto; 34 município em estado de alerta; e 39 municípios considerados em estado satisfatório.


De acordo com a superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Sandra Canuto, cada município fica responsável por realizar ações nas residências, mas que o estado mantém o monitoramento todos os dias. "Nós temos equipes que visitam diariamente os municípios que possuem casos suspeitos ou confirmados de dengue. Apesar do alto número de incidências e de casos confirmados, a situação está sob controle", garante.


Sandra alertou para a situação em 19 municípios, onde os níveis são alarmantes, pois há a dificuldade do agente de endemias entrar nas residências. "Nos grandes municípios alagoanos, como Maceió, Arapiraca, Teotônio Vilela, Santana do Ipanema, e as cidades de grande fluxo turístico, a exemplo de Maragogi, Barra de São Miguel, Paripueira e nas demais cidades, encontramos dificuldades em ter acesso às residências. Isso acontece ou por resistência dos proprietários, ou por estarem fechadas por serem casas de veraneio", explica.


Os outros municípios monitorados pela Sesau são: Barra de Santo Antônio, Coqueiro Seco, Delmiro Gouveia, Marechal Deodoro, Messias, Palmeira dos Índios, Penedo, Pilar, Rio largo, Santa Luzia do Norte, Satuba e União dos Palmares.



A superintendente também afirmou que muitos edifícios residenciais, os porteiros são instruídos a impedirem a entrada dos agentes, o que reduz bastante o número de domicílios atendidos. "Para o controle do mosquito, é necessário que os gestores adotem medidas nos ambientes públicos, como limpeza de terrenos baldios, praças, cemitérios e borracharias, bem como recolhimento regular de lixo. Além disso, a importância do envolvimento da população na adoção diária de cuidados no acondicionamento do lixo, armazenamento de água e eliminação de recipientes sem uso que possam acumular água e virar criadouros do mosquito Aedes Aegypti", explica.

Até o momento, foram registrados 23 óbitos suspeitos de dengue provenientes dos municípios de Arapiraca, Campestre, Junqueiro, Maceió, Monteirópolis, Murici, Paulo Jacinto, Pindoba, Piranhas, Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos e Satuba. Destes, oito encontram-se sob investigação, 11 foram descartados e três confirmados.

Maceió

A capital alagoana, apesar de estar na desconfortável situação de município com o maior número de notificações (são 5.105), não possui um alto número de casos confirmados, sendo apenas 547 notificações. Mas, a Secretaria de Estado da Saúde mantém como prioritária a intensificação das ações. Hoje, em Maceió, os bairros litorâneos e os que margeiam a Lagoa Mundaú possuem um número maior de agentes de endemias atuando.

Ainda de acordo com Sandra Canuto, a maior preocupação é com os terrenos baldios e as construções civis. Segundo ela, por conta do acúmulo de entulhos nas obras e o armazenamento de água para o uso dos operários são propícios para a proliferação do mosquito. O vetor precisa, apenas, de água limpa e parada para se reproduzir.

Uma reunião foi realizada com as construtoras em Maceió para o repasse de orientações a fim de evitar a proliferação do mosquito.

Medidas combativas

Cada município fica responsável por realizar ações de combate e controle da proliferação do mosquito, como a visita de agentes de endemias às residências, prédios públicos e comerciais, e orientação à população.

Uma das medias utilizadas pela Sesau é o uso do carro fumacê, que percorre as ruas das cidades espalhando o inseticida em forma gasosa, mas seu uso acontece, em sua maioria, nos municípios do interior. "O fumacê é mais eficaz no controle de mosquitos que estão em espaços abertos, não agindo dentro de residências ou prédios. Sua atuação é restrita. Por isso, ele é usado em casos específicos", finaliza.

Cuidados médicos

Os sintomas da dengue são parecidos com diversas doenças e, por isso, o paciente deve tomar cuidados e procurar um médico em caso de dúvida. A médica infectologista Raquel Guimarães explicou que em muitos pacientes só procuram os cuidados médicos quando a doença está em estado avançado por confundir os sintomas ou medicar-se de forma indevida.

"Os sintomas da dengue são muito comuns, mas devem sempre procurar um médicos. Ao sentirem dor de cabeça, febre, dor atrás dos olhos e dores musculares, a pessoa deve ir ao médico para que os exames sejam realizados", explica.

Ao ser constatada a dengue, a primeira iniciativa do médico é intensa hidratação e o monitoramento dos sintomas e a recomendação de repouso absoluto. Após 48 horas do aparecimento do primeiro sintoma, um novo exame deve ser feito para avaliar os níveis de leucócitos, plaquetas. "Caso haja alguma alteração é sinal de que a doença evoluiu e que cuidados deverão ser redobrados", disse.


Fonte: http://gazetaweb.globo.com/noticia.php?c=382865&e=6

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